Com a expectativa do anúncio do acordo comercial entre Mercosul e União Europeia, o presidente da França, Emmanuel Macron, tentará a chamada "minoria de bloqueio" para travar a validade do acordo.
Para ter a "minoria de bloqueio" é necessário que quatro países da União Europeia, que representem 35% da população do bloco, sejam contrários ao acordo.
Enquanto os últimos ajustes são feitos durante a Cúpula do Mercosul em Montevidéu, no Uruguai, agricultores franceses, que são contrários ao acordo, estão bloqueando estradas pelo país.
A Polônia também é contrária ao acordo comercial. Na Itália, a primeira-ministra Giorgia Meloni também é contra o acordo.
O acordo, negociado desde 1999, durante o governo FHC, estabelece, entre outros pontos, uma zona de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia zerando impostos de importação de 90% dos produtos que chegam no bloco e vão para UE em um prazo de 15 anos.
Queda do primeiro-ministro da França
Enquanto Emmanuel Macron não apoia o acordo, a assembleia legislativa da França derrubou o primeiro-ministro Michel Barnier.
Por 331 votos a favor, acima da maioria absoluta de 288, a Câmara pôs fim aos menos de cem dias de governo de Barnier.
Barnier estava há apenas três meses no cargo, o menor mandato de qualquer primeiro-ministro na história moderna da França.
Em um pronunciamento nesta quinta, Macron afirmou que não vai renunciar e que logo nomeará um novo premiê.