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Câmara aprova projeto de renegociação da dívida dos estados

As dívidas poderão ser reestruturadas em 30 anos por meio de 360 parcelas

Por João Boueri

Câmara aprova projeto de renegociação da dívida dos estados
Bruno Spada/Câmara dos deputados

O Senado Federal vai analisar as mudanças no texto aprovado pela Câmara dos Deputados que institui um programa de pagamento de dívidas dos estados com a União. O documento foi aprovado na terça-feira (10) e impacta diretamente os débitos do Rio de Janeiro com a União. As dívidas poderão ser reestruturadas em 30 anos por meio de 360 parcelas.

Os estados de Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul concentram 90% das dívidas estaduais com a União. O total do montante ultrapassa a marca de R$ 765 bilhões.

O Rio ainda deve cerca de R$ 160 bilhões à União e R$ 30 bilhões por empréstimos.

No primeiro ano após a adesão ao novo programa, os estados em regime de recuperação fiscal vão poder pagar 20% do valor da parcela. No segundo ano, 40%. No terceiro, 60%. A partir do quinto ano, a parcela terá o valor integral.  

O projeto de lei complementar prevê a redução da taxa de juros. O Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados pode diminuir a taxa que é atrelada ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo.  

Além do imposto, os débitos são acrescidos de 4% ao ano. Com a proposta, o IPCA permanece, mas o percentual diminui para 2%. Os juros podem ser reduzidos ainda mais em caso de cumprimento de determinados requisitos de investimentos.

Caso o Senado aprove e o Governo Federal sancione, os estados vão ter até dezembro do ano que vem para pedir adesão e sair do regime de recuperação fiscal.  

Além das parcelas mensais, os estados deverão fazer contribuições ao Fundo de Equalização Federativa, criado pelo projeto, e realizar investimentos, principalmente no ensino técnico profissionalizante.

Uma das combinações, com maior entrada e maior aporte ao fundo, prevê juro zero, exceto a correção monetária pelo IPCA.  

Os recursos do fundo devem ampliar a produtividade, criar medidas de enfrentamento às mudanças climáticas e melhorias no desenvolvimento e infraestrutura dos estados, além de investir em segurança pública, habitação e transportes.

Para quitar as dívidas, os estados vão poder realizar transferências de participações societárias, cessão de bens móveis ou imóveis, créditos da dívida ativa e receitas de recursos naturais (Petróleo e Gás). 

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