A Polícia Civil deflagrou nesta sexta-feira (6) uma operação para cumprir sete mandados contra uma associação criminosa que, segundo investigação, comercializava para todo o País medicamentos abortivos proibidos. A ação envolveu 20 policiais do Paraná e 10 de Santa Catarina.
Foram cumpridos três mandados de prisão preventiva que resultaram na prisão dos investigados. As buscas ocorreram em Balneário Camboriú e Itapema, em Santa Catarina, e em Curitiba e Antonina, no Paraná.
Segundo a polícia, em Balneário Camboriú, foi preso um casal. Na residência deles, foram encontradas 11 cartelas de Cytotec (misoprostol 200 mcg) com 14 comprimidos cada, além de 10 comprimidos fracionados. A investigação aponta que a mulher, de 30 anos, era responsável pela venda, enquanto o homem, de 39 anos, realizava as entregas em Santa Catarina.
Os suspeitos estavam sendo investigados em um inquérito policial instaurado em Curitiba por crimes de falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais e associação criminosa.
A polícia afirma que a mulher liderava o grupo, que comercializava o medicamento de forma clandestina por telefone e sites relacionados a ela, oferecendo também instruções de uso e serviço de entrega. Cada venda rendia ao grupo entre R$ 600,00 e R$ 2.200,00 a conforme a quantidade de remédios que deveriam ser utilizados a depender da idade gestacional do feto da compradora.
Com autorização judicial para ação controlada, policiais disfarçados de compradores adquiriram o medicamento por meio do contato telefônico da mulher. Ela determinava que o marido ou outros integrantes realizassem as entregas.
Além do casal, um homem que fazia entregas em Curitiba e Região Metropolitana foi preso em Curitiba, também em cumprimento de mandado de prisão preventiva. Com ele, foram apreendidos medicamentos abortivos escondidos no carro e na sola dos sapatos.
Esta é a segunda vez que a associação criminosa é desarticulada pela polícia civil em Curitiba. O casal já havia sido preso em flagrante em 2020 e condenado pelos mesmos crimes.
O casal permanece preso em Santa Catarina, enquanto o terceiro envolvido está detido em Curitiba, todos à disposição da Justiça.